Baiano faz o IRONMAN Brasil 2018 com muletas e entra para a história do esporte no país.
Qual o limite para um sonho? Meta da maioria dos triatletas, completar um IRONMAN full, com seus desafios de 3,8 km de natação, 180 km de ciclismo e 42,2 km de corrida, é uma conquista por si só. Mais do que o tempo obtido para isso, ao cruzar a linha de chegada, após uma dedicação e um esforço tremendos, já torna seu realizador um campeão.
Para o baiano Fábio Rigueira, de 45 anos, natural de Salvador, o sonho de completar uma das mais desafiadoras provas do mundo tinha um obstáculo extra: sem a perna esquerda, ele queria completar a prova sem prótese e a corrida usando muletas. Problema? Não para quem acredita nos seus sonhos. Ele deixou as dificuldades de lado e completou o CAIXA IRONMAN Brasil 2018, em Florianópolis. Com o feito, tornou-se o primeiro atleta a fazer isso no Brasil.
“O sonho era fazer uma prova como essa e fui atrás das informações para saber como faria. Vim da natação, mas tenho dois tios que foram triatletas e me inspirei neles para escolher o IRONMAN. Felizmente consegui atingir minha meta, com o auxílio de uma equipe muito profissional e dedicada. Meu maior prêmio foi completar o desafio e abrir caminho para outros como eu. O importante é treinar muito”, destacou.
A história de Fábio tem dois momentos. Aos nove anos, ele descobriu um tumor ósseo após uma queda, resultando na amputação de perna. A partir dai, buscou superar as dificuldades e levar a vida da melhor maneira possível. Sem conseguir se adaptar às próteses, ele passou a utilizar as muletas e a praticar esporte e o bike turismo como lazer.
“Estou feliz com o resultado. Sempre quis estar em um evento com grandes atletas. Gostaria de agradecer a todos que me ajudaram. Tive o suporte de muita gente boa e isso foi fundamental. Trata-se de um evento com grandes distâncias e, como disse, requer muito treino”, completou.