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Atletas com deficiência mostram seu talento e se superam no Triathlon

A busca pela prática de atividades físicas ao ar livre, especialmente após a pandemia, tem estimulado o interesse pelo triathlon pelos mais variados perfis de amadores, incluindo pessoas com deficiência. No último Itaú BBA IRONMAN Brasil, realizado em maio de 2023, dois deficientes visuais, uma brasileira e um argentino, concluíram o tão sonhado e exigente percurso de 3,8k de natação, 180k de ciclismo e 42,2k de corrida.

Para Tayana Passos, que tem 10% da visão e já completou 6 maratonas, a preparação para a prova começou durante a pandemia, quando iniciou os treinamentos de bike no rolo. A natação veio depois que as academias reabriram em 2022. “Foi um grande desafio arriscar pedalar fora do rolo e saber se eu conseguiria enxergar e pedalar com segurança no mundo fora do Zwift (simulador de ciclismo e corrida virtual). Cheguei à conclusão que seria possível mediante a ajuda de um guia na minha frente”, explica a deficiente visual, que contou com o auxílio do amigo André Luiz para realizar sua estreia na prova de Endurance mais cobiçada do planeta.

“Valeu a pena cada treino, cada abdicação, cada investimento com a minha saúde e equipamentos. Nunca foi para provar nada aos outros, mas pelo prazer de me desafiar e viver cada conquista diária com muita alegria. Eu aproveitei cada braçada no mar, vibrei a passagem por cada boia, lutei por cada quilômetro naquele asfalto molhado e me encantava com a conquista de mais uma cor de pulseira na corrida”, destaca a paranaense.

Josy Yume Garcia está há 4 anos à frente da Associação Galera Empresto Sorocaba, que busca acessibilidade para pessoas com deficiência por meio do esporte. A instituição auxilia tanto crianças e adolescentes como adultos a realizarem o sonho de se tornarem atletas nas mais variadas modalidades. Inspirada na história dos norte-americanos Dick and Rick Hoyt, pai e filho com paralisia cerebral que realizaram diversas provas de corrida e triathlon, Josy será atleta guia de Mariana Antiquera, deficiente visual, na categoria super sprint do Itaú BBA TRIDAY Series, marcado para o dia 30 de julho em sua cidade.

“Já praticamos corrida e estamos em busca de mais. Realizamos um aquathlon recentemente e esse será nosso primeiro triathlon”, conta Josy. Para Mariana, o esporte é uma grande oportunidade para reforçar a inclusão social de pessoas com deficiência. “Vejo que chegou o momento de mostrar para sociedade que não somos vítimas nem heróis, apenas por ter dificuldades. Nós representaremos milhares de pessoas que acreditam na inclusão e no esporte para transformar o mundo, afirma a para-atleta de 33 anos.

O estímulo à prática esportiva também pode começar desde cedo. Simone Dias inscreveu o filho Bernardo, que é autista, no Itaú BBA IRONKIDS de Florianópolis. “Para ele significa muitos estímulos,  desde socialização até motricidade ampla. Ele está no autista nível 1 de suporte, portanto foi uma experiência incrível e desafiadora, de muita ansiedade e muita alegria. No final ele mostrou sua medalha para todos”, relata a mãe, que também é atleta amadora PCD, após ter sofrido um AVC.

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